João Cabanas nasceu em 29 de junho de 1895, em São Paulo.
Filho de imigrantes espanhóis teve uma infância muito pobre. Órfão aos 18 anos e tendo que cuidar de seus quatro irmãos, viu na vida militar a chance para continuar seus estudos e sustentar a família.
Um dia, passeando pela Av. Tiradentes, encontrou uma parada militar. As fardas bonitas, as evoluções, as saudações, tudo o impressionava! Foi nesse dia que se alistou na Força Pública de São Paulo, mas a vida militar o decepcionou; quando chegava à época das promoções, os coronéis promoviam seus protegidos e ele, apesar de obter os primeiros lugares, não conseguia ser promovido.
Pediu baixa antes de estourar a Revolução de 24, mas não houve tempo de seus superiores assinarem o documento. Assim, por vontade do destino, no dia 5 de julho de 1924 começa uma nova história e lenda: o tenente João Cabanas.
5 de Julho de 1924
Cabanas, antes mesmo da revolução, fazia oposição ao governo Bernardes e acreditava na necessidade de um movimento armado para a implantação de um verdadeiro sistema republicano. Embora pego de surpresa, a revolução coincidiu com suas idéias e deu o sentido de que sua vida precisava.Assim escreve João Cabanas em seu livro “A Coluna da Morte”, sobre sua adesão ao movimento revolucionário:“Seriam 6 horas da manhã quando transpus o portão principal do quartel e notei logo, surpreendido, um desusado movimento no pátio interno, apresentando o aspecto de uma tropa que está em preparativos de guerra.Desconfiado e sob influencia dessa surpresa, deparei com o major Miguel Costa, fiscal do regimento, que, pondo-me o revólver ao peito, perguntou nervoso:- Você é brasileiro?- Sou.- Então tem que aderir á revolução.Sem titubear, de acordo com minhas idéias, inspirado na confiança absoluta que sempre nutri pelo major e prescindindo de explicações que o momento não comportava, respondi afirmativamente. E, concentrando-me um pouco ante o grave passo que ia dar na vida, senti no meu íntimo a revelação de uma força nova, capaz de audácias, de todo sacrifício em prol de minha pátria querida...”E assim foi.
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