domingo, 13 de abril de 2014

São Paulo, 5 de julho de 1924

Cabanas, antes mesmo da revolução, fazia oposição ao governo Bernardes e acreditava na necessidade de um movimento armado para a implantação de um verdadeiro sistema republicano. Embora pego de surpresa, a revolução coincidiu com suas idéias e deu o sentido de que sua vida precisava.
Assim escreve João Cabanas em seu livro “A Coluna da Morte”, sobre sua adesão ao movimento revolucionário:
“Seriam 6 horas da manhã quando transpus o portão principal do quartel e notei logo, surpreendido, um desusado movimento no pátio interno, apresentando o aspecto de uma tropa que está em preparativos de guerra.
Desconfiado e sob influencia dessa surpresa, deparei com o major Miguel Costa, fiscal do regimento, que, pondo-me o revólver ao peito, perguntou nervoso:
- Você é brasileiro?
- Sou.
- Então tem que aderir á revolução.
Sem titubear, de acordo com minhas idéias, inspirado na confiança absoluta que sempre nutri pelo major e prescindindo de explicações que o momento não comportava, respondi afirmativamente. E, concentrando-me um pouco ante o grave passo que ia dar na vida, senti no meu íntimo a revelação de uma força nova, capaz de audácias, de todo sacrifício em prol de minha pátria querida...”

E assim foi.

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